A Guerra Civil de Ruanda foi um conflito em Ruanda entre
o governo do presidente Juvénal Habyarimana e
os rebeldes da Frente
Patriótica de Ruanda (FPR).
O conflito começou no dia 2
de outubro de 1990,
quando a FPR invadiu e aparentemente foi encerrada em 4
de agosto de 1993 com
a assinatura dos Acordos
de Arushapara criar uma partilha de poder do governo.
Apenas
um ano após a conclusão do conflito, no entanto, o assassinato
de Habyarimana e Ntaryamira em
abril de 1994 provou
ser o maior estimulo para o início do genocídio em Ruanda,
o número de mortos frequentemente citados para o mesmo é de 800.000. O FPR
reiniciou a sua ofensiva, e acabou assumindo o controle do país. O governo hutu no
exílio, em seguida, passou a utilizar os campos de refugiados nos
países vizinhos para desestabilizar o governo da FPR. Outros conflitos na
região, que estão intimamente relacionados com a guerra civil em Ruanda e os
conflitos entre hutus e tutsis,
estão a Primeira Guerra do Congo (1996-1997),
o que levou, por sua vez a Segunda Guerra do Congo (1998-2003),
que envolveu uma forças hutus com o objetivo de recuperar o controle de Ruanda.
Devido à forte correlação entre estes eventos e os posteriores (alguns dos
quais estão ainda em andamento), algumas fontes dão datações diferentes para a
guerra civil de Ruanda, ou mesmo a consideram como ainda não concluída.
Assim,
enquanto a guerra
civil oficialmente
durou até 1993,
a literatura de guerra afirma que terminou com a captura de Kigali pelo
FPR em 1994 ou
com o desmantelamento dos campos de refugiados em 1996,
enquanto alguns consideram a presença de pequenos grupos de rebeldes na
fronteira de Ruanda no sentido de que a guerra civil está em curso.
Genocídio
em Ruanda
Antecedentes
Distinguem-se no Ruanda
dois grupos étnicos: a maioria hutu e o
grupo minoritário, tutsi. Desde a independência do país da Bélgica, os seus líderes foram
sempre tutsis, num contexto de rivalidade étnica que se acentuou com o tempo,
dada a escassez de terras e a fraca economia nacional, sustentada pela
exportação de café. Em 1989, o preço mundial do café reduziu-se em
50%, e Ruanda perdeu 40% de sua renda oriunda de exportações. Nessa época, o
país enfrentou sua maior crise alimentar em 50 anos, ao mesmo
tempo que aumentavam os gastos militares em detrimento de investimentos em infraestrutura e serviços públicos.
O genocídio
Evolução
demográfica de Ruanda. Repara-se a notável descida na primeira metade dos anos
90 provocada pelo genocídio.
Em abril de 1994, o presidente ruandês Juvénal
Habyarimana (um hutu) foi morto em
um atentado contra o seu avião em que viajava. Logo no dia seguinte, o
genocídio começou. As milícias hutus avançaram contra vilarejos e cidades por
todo o país, matando tudo que viam pela frente. Postos de controle foram
estabelecidos nas ruas. Pessoas identificadas como membros da minoria tutsi
eram sumariamente executados.
O Tribunal Penal Internacional
para Ruanda
Em 8 de novembro de 1994, através da
resolução 955 do Conselho de Segurança da ONU, foi criado o Tribunal
Penal Internacional para Ruanda (TPIR) para julgar os principais responsáveis
pelo genocídio.
A Corte Penal Internacional é competente para
julgar somente os crimes cometidos após a sua criação, em 1º de julho de 2002.
Não é portanto competente para julgar os crimes cometidos em Ruanda, durante o
genocídio.
O primeiro-ministro do governo interino
ruandês, Jean Kambanda, foi julgado culpado e condenado por
genocídio pelo TPIR. 75% dos membros do governo interino foram presos. Vários
ministros desse governo foram considerados culpados de participação no
genocídio ou estão em fase de julgamento. Dois outros foram liberados. Em 2011,
alguns antigos chefes militares foram considerados culpados de genocídio.
Calcula-se que 800 mil pessoas tenham sido
mortas no genocídio de Ruanda.
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